Em Portugal, todos conhecemos o famoso “parar é morrer”. No entanto, a verdade é que muitos adultos vão deixando a atividade física de lado ao longo dos anos. Entre o conforto do sofá, o café na esplanada e aquele pastel de nata irresistível, o exercício acaba por ficar para amanhã (ou para depois). E não estamos aqui para apontar o dedo — faz parte da nossa cultura saber aproveitar os pequenos prazeres da vida.

O que pouca gente sabe é que essa falta de movimento pode mesmo acelerar a perda de força, agilidade e até de bom humor. Mais preocupante ainda, persiste o preconceito de que “musculação é coisa de jovem”, como se os séniores só tivessem de se preocupar em descansar e fazer palavras cruzadas. Nada mais longe da verdade!

A ciência confirma: músculo não tem idade

Estudos realizados em vários países têm vindo a demonstrar que a musculação é uma das melhores aliadas para envelhecer com qualidade. Um grande exemplo é um estudo brasileiro publicado na conceituada revista Psychiatry Research, onde mais de 200 artigos científicos foram analisados e ficou claro: os séniores que praticam musculação não só ganham força e autonomia, como apresentam menos sintomas de depressão e ansiedade.

E não é só no Brasil que a ciência tem mostrado isto. Nos Estados Unidos, o National Institute on Aging recomenda o treino de força para pessoas com mais de 60 anos, com resultados comprovados na melhoria da mobilidade e do bem-estar mental. Na Europa, uma investigação da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, revelou que adultos séniores que praticam musculação regularmente têm menos quedas, melhor equilíbrio e mais autoestima.

Por cá, a Direção-Geral da Saúde reforça a importância da atividade física adaptada à idade, destacando os ganhos para o coração, ossos e até para a saúde cerebral. A musculação, quando feita com orientação, encaixa perfeitamente nesta receita de longevidade.

Corpo ativo, segurança em cada passo

Além de fortalecer músculos e ossos, a musculação melhora a confiança para enfrentar o dia a dia — seja para subir escadas, carregar sacos do supermercado ou simplesmente brincar com os netos. E o melhor: não é preciso treinar todos os dias nem levantar grandes pesos. Três sessões por semana, com exercícios simples e bem feitos (de preferência com aparelhos de ginásio e acompanhados por um profissional), já são suficientes para sentir mudanças positivas.

O treino em grupo também é uma excelente ideia — além de saudável, o convívio anima sempre o espírito e ajuda a combater o isolamento social, que tanto afeta a população sénior. Há inclusive ginásios, centros de saúde e até universidades sénior que oferecem aulas específicas para maiores de 60 anos.

Dicas para começar (e manter!)

Como em tudo na vida, para colher bons frutos é preciso fazer as coisas com orientação profissional. Cada corpo é um corpo e o treino deve respeitar os limites de cada um — ouvir o corpo é fundamental! Além disso, uma alimentação equilibrada, com boas fontes de proteína, hidratos de carbono, fruta, legumes e muita água, faz toda a diferença nos resultados e na recuperação.

Ninguém está a sugerir que tenha de abdicar do seu copinho de vinho ao jantar ou daquele cigarrinho depois do café. Mas, se conseguir reduzir um bocadinho, o seu corpo agradece… e quem sabe até o médico fica mais contente.

Acima de tudo, não caia na armadilha do “já não tenho idade para isso”. A ciência não deixa dúvidas: músculo não tem idade e cuidar da força é investir em qualidade de vida, bem-estar e autonomia.

O primeiro passo é hoje!

Se está na dúvida, vale a pena experimentar, nem que seja só para ver como se sente depois da primeira semana. Pode ser que descubra uma vitalidade nova — ou, pelo menos, umas boas histórias para partilhar no próximo café com os amigos.

Se quiser saber mais sobre os benefícios da musculação para séniores e como começar de forma segura, clique aqui e descubra tudo o que precisa para dar o primeiro passo!

Musculação na terceira idade (Instituto de Longevidade)
Strength training helps older adults live longer – Penn State University
Resistance training and older adults – PubMed

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